Aprendizado da vida

 

 

 

Um salto além da realidade  

                       Isabel Cristina Albuquerque  

Antes de apresentarmos nossas idéias é importante identificarmos o que entendemos por realidade neste momento. A realidade será aqui tomada como a reunião de eventos, aos quais somos apresentados direta ou indiretamente na vida, e aos quais reagimos de alguma forma.  Assim, podemos dizer que, de forma muito simplificada, nossa realidade pode ser percebida, como a reunião de tudo o que ocorre no mundo que nos rodeia.

 Em nossos processos de vida, a construção de nossa individualidade, ocorre a partir das nossas relações com o mundo que nos é apresentado, e adotamos alguns conceitos, com os quais passamos a definir ou construir novos significados ao longo de nossa existência. 

Essa dinâmica apresenta-nos algumas questões interessantes, e que merecem uma reflexão mais profunda, por parte daqueles que desejam e buscam o conhecimento de si mesmos. A cada momento estamos refazendo nossos conceitos, confirmando conceitos antigos e acrescentando conceitos novos à nossa bagagem de conhecimento do “real”.  A partir disso, seria justo que perguntássemos: a realidade de hoje seria uma continuação da realidade de ontem? Existiria mais de uma realidade a ser vivida pelo ser humano em um mesmo momento histórico de sua existência? Seria a realidade uma conseqüência de nossa postura crítica diante da vida? Poderíamos, então,  gerar tantas realidades quantas fossem possíveis, mudando apenas o nosso enfoque pessoal sobre o que chamamos de “real” ?  Existe um momento em que ultrapassamos esse “real”? 

Estas questões podem ser melhor respondidas a partir do autoconhecimento, onde se busca identificar as relações existentes entre a nossa individualidade e a realidade. 

E por que fazê-lo?

Muitas vezes, baseados nas idéias da uma maioria social, adotamos uma visão acomodada da realidade, que nem sempre se ajusta às expectativas de nossa individualidade, e que gera conflitos interiores, nem sempre de fácil identificação.  Em cada sistema de significados, pelos quais transitamos, vivemos uma realidade diferenciada da de outro sistema vivido ou por viver.  

Além disso, o conhecimento da própria individualidade e das relações que estabelecemos com o mundo que nos cerca, permitem-nos transitar de forma consciente e mais livre, entre as diversas possibilidades de realidade, sem que necessariamente elas sejam conflitivas entre si. 

Esta mobilidade teórico-prática ameniza nossos conflitos interiores, oriundos de nossas relações interpessoais e intersubjetivas, ao mesmo tempo que tende a libertar o ser humano das peias ideológicas da vida.  

Este momento de liberdade pode gerar um salto “quântico” de conhecimento, um "insight", uma perspectiva mais sutil sobre o “real”, que permite se veja Além da realidade, além das possibilidades até o momento experimentadas.  

Este “salto” normalmente ocorre de forma solitária, o ser humano se descobre além de si mesmo, com uma visão clara, um raciocínio límpido, como se todos os significados coubessem em um átomo de existência, a partir do qual novas experiências se darão, moldando um nova realidade. 

A partir desta experiência, muitas realidades são possíveis ao ser humano, sendo cada uma única em cada um de seus momentos de expressão, cabendo ao seu livre arbítrio o tempo de permanência em cada uma delas. 

Ao atingir este novo padrão de vista da realidade, os conceitos anteriores começam a ser revistos, e inicia-se um momento de adequação mental e emocional diante das novas possibilidades. Lidar com novos conceitos e novas posturas exigirá uma nova consciência, mais comprometida, mais clara sobre o destino que cada um quer dar à própria vida.  

O autoconhecimento nos permite ir além das fronteiras do saber teórico, textual, além da letra que temos diante de nós. Este salto quântico nos impulsiona para uma nova perspectiva, um novo degrau em nossa longa escada da vida.

            O que nos leva a este salto? Bem, isto nós deixaremos para o próximo artigo.  

            Você está disposto a dar seu salto?

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