O ser humano é um animal de hábitos (por Raúl Candeloro )
Certa vez vi pela TV a seguinte experiência. Um cientista colocou 4 macacos em uma jaula. No meio da jaula uma mesa e, pendurado em cima da mesa, uma banana. Os macacos ficam soltos, brincando na jaula, quando um deles vê a banana e resolve pegá-la. Assim que coloca a patinha na mesa, o cientista – que estava escondido – sai de trás de um biombo com uma mangueira de pressão e dá um banho na macacada. Os
macacos,
assustados,
procuram
se
proteger.
De
repente,
o
cientista
desliga
a
mangueira
e
se
esconde
novamente.
Os
macacos
voltam
a
passear
pela
jaula,
desconfiados,
mas
esquecem
rapidamente
do
ocorrido.
Logo
um
deles
resolve
novamente
tentar
pegar
a
banana.
Entretanto,
é
só
ele
colocar
a
patinha
de
novo
na
mesa
que
o
cientista
sai
de
trás
do
biombo,
dá
um
banho
na
macacada
e
se
esconde
novamente.
Este
ciclo
repete-se
algumas
vezes,
até
que
os
macacos
entendem
claramente:
é
melhor
não
subir
na
mesa
–
aquela
banana
é
proibida.
O
cientista
pode
ir
embora
para
casa
que
mesmo
assim
nenhum
macaco,
mesmo
com
fome,
tenta
pegar
a
banana.
Foram
condicionados
de
tal
forma
que
cria-se
uma
regra:
aqui
ninguém
sobe
na
mesa. Aí
vem
a
parte
interessante
da
história:
tiram
da
jaula
um
macaco
que
participou
da
experiência
e
colocam
no
seu
lugar
um
novato
(entrou
um
estagiário
na
jaula).
Depois
de
se
ambientar,
ele
vê
aquela
banana
pendurada
e
pensa:
“Uma
banana!
Vou
pegar
ela
para
mim!”.
Assim
que
coloca
a
patinha
na
mesa,
um
dos
macacos
corre
para
se
esconder,
enquanto
os
outros
dois
voam
em
cima
do
pobre
‘estagiário’,
aos
berros,
socos
e
pontapés,
como
se
dissessem
“Aí
não!
Não
suba
aí!”.
Mesmo
sem
saber
porquê,
o
pobre
macaco
desiste
rapidamente
da
banana,
sob
pena
de
ser
linchado
pelos
companheiros.
Rapidamente
aprende
que
naquela
jaula
não
se
sobe
na
mesa.
Logo
depois,
um
dos
macacos
experientes
é
trocado
novamente,
mais
uma
vez
por
um
novato.
O
novo
macaco
repete
a
cena:
ambienta-se,
vê
a
banana
e
vai
pegá-la.
Quem
é
o
primeiro
a
bater
no
novato?
Isso
mesmo,
o
estagiário,
berrando
como
se
dissesse:
“Tá
maluco?
Não
sabe
que
aqui
não
se
sobe
na
mesa?”. Os
macacos
vão
sendo
trocados
um
por
um,
até
que
nenhum
dos
macacos
que
participaram
originalmente
da
experiência
está
na
jaula.
Nenhum
deles
viu
o
cientista
ou
levou
um
banho
de
mangueira.
Só
ouviram
falar.
Mas
ninguém
sobe
na
mesa
–
naquela
jaula,
nunca
mais
ninguém
subirá
na
mesa,
porque
‘aqui
as
coisas
são
assim’. Alguma
semelhança
com
áreas
da
empresa?
Rotinas
na
sua
vida?
Alguém
que
conhece?
O
ser
humano
tem
a
tendência
de
apegar-se
a
rotinas
e
hábitos.
Alguns
saudáveis
e
positivos,
outros
nem
tanto.
De
vez
em
quando,
é
bom
pararmos
para
questionar
se
esses
hábitos
não
estão
se
tornando,
na
verdade,
em
correntes
mentais.
Devemos
ser
os
mestres
das
nossas
rotinas
e
hábitos,
e
não
escravos.
Da
mesma
forma,
normas
e
procedimentos
numa
empresa
devem
ser
constantemente
revisados,
já
que
muita
coisa
pré-histórica
continua
repetindo-se
simplesmente
porque
‘aqui
foi
sempre
assim’. Vejo
isso
acontecendo
constantemente.
Ao
invés
de
questionarem,
de
tentarem
seguir
seu
próprio
destino,
sua
vocação,
a
maioria
das
pessoas
se
adapta,
muitas
vezes
sofrendo
com
isso.
Fazem
as
coisas
simplesmente
porque
todo
mundo
faz,
ou
porque
alguém
disse
que
tem
que
fazer.
Ninguém
questiona
nada. Não deixe isso acontecer nem na sua vida, nem na sua empresa. Elimine periodicamente alguns hábitos nocivos da sua vida, invista nos positivos, e com certeza o tempo vai passar a ser seu melhor aliado. Lembre-se: você nasceu original – não morra uma cópia.
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